quarta-feira, novembro 17

+ Calamidade

. O sino tocava, aquela mulher corria assustada, a criança no colo, machucada, sangrando, todos corriam, queriam ver o que aconteçia, a mulher gritava, a cidade calou-se, só se ouvia os gritos dela.
. Aos prantos vivia, sem motivos pra sorrir, aquela mulher que sorria e hoje não tem mas a mesma alegria no rosto, vive pelos cantos, com os olhos inchados, não tinha sentido estar viva se sua única filha acabara de morrer.
. Um sofrimento, uma catástrofe. E eu alí, vendo o sofrimento dela, que me doia a alma, mas o que eu poderia fazer? Era apenas uma criança, mais uma de tantas, tinha eu apenas sete anos apenas, mas já entendia o que se passava. Meu coração também calou. Pensava, refletia comigos mesma, ela era bonita e feliz, passou disso para imprestável e acabada, mas eu entendia.
. Foi em um fim de tarde, a criança brincava corria atrás de bola, pulava sem parar, eu estava lá, eu vi tudo! No meio da avenida por distração das crianças que estavam lá a bola rola passando entre os carros, eu estava santada do outro lado da rua brincando de boneca, feliz também, tinha acabado de ganahr aquela boneca e estava mostrando pras minhas amiguinhas.
. A criança correu no meio da avenida, foi tentar pegar a bola que rolava lá, eu já advinhava, meu coração disparou. Um caminhoneiro bêbado, gordo e imundo vinha carregando cimento naquele caminhão sujo, a bola passa em frente ao caminhão e aquela criança correndo atrás, eu premeditava, eu cia aconteçer antes mesmo. Ela estava lá, caida no chão, segundos após, eu me espantei, não me movia, o sangue escorrendo no meio da estrada, e o gordo bêbado e imundo fugira, e agora? Eu não poderia fazer nada...
. Foi trágico, um acidente inocente, sem prévia do que acorreria, eu chorava, minha vida baseava-se no ocorreido e desde então passei a viver com as lembranças do dia e que a mãe daquela criança não tinha motivos pra estar viva.

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